Boldo-do-chile
Todo mundo sabe: você está com o figado ruim, digestão difícil, dor de cabeça, corpo pesado? Tome um chazinho de boldo. É, mas tem boldo de todo tipo aqui no Brasil e hoje vamos falar do boldo-do-chile, o original.
O boldo-do-chile (Peumus boldus) é uma árvore de médio porte (15 metros em média podendo atingir até 30 metros em árvores com bastante idade), de crescimento lento e sempre verde, nativa da parte central do Chile onde se encontra em bosques mais próximos do mar e, cultivada também se encontra nas serras do sul do Peru e na Argentina (como cultivar o boldo-do-chile, veja aqui ). As comunidades indígenas sul-americanas usavam o boldo, o boldús, como também se chama por lá, tanto na culinária, aromatizante de bebidas, como por seus efeitos medicinais até hoje comprovados.
As qualidades curativas do boldo-do-chile
O principal efeito do boldo-do-chile é o espasmolítico (reduz a motilidade da mucosa gastrointestinal) mas, também são significativas suas qualidades digestiva, colerética (que reduz o colesterol) e hepatoprotetora (no entanto, seu excesso é bastante prejudicial ao fígado) que é usada em infusão ou, modernamente, ingerida em capsulas de extrato seco (não recomendo este uso pois a folha seca do boldo-do-chile perde suas qualidades medicinais bastante rápido).
O principal princípio ativo do boldo-do-chile se chama boldina, um alcaloide que ajuda o fígado a trabalhar melhor e, portanto, reduz os sintomas de fígado pesado como as dores de cabeça, suores frios e peso gástrico.
Esta é uma planta recomendada para os processos inflamatórios da visas biliares e pâncreas e, com cuidado, também para os processos de formação de cálculos biliares e hepatite.
O boldo-do-chile também é recomendado em banhos de imersão, para descarregar o organismo de cansaços, tanto físicos quanto mentais. Seu aroma, bastante parecido com o da hortelã, é um “elevador do astral” e o seu banho de cheiro pode ajudar a quem está estressado, triste ou deprimido.
Como fazer e tomar o seu chá de boldo-do-chile
Quando tomado antes das refeições, o chá de boldo-do-chile prepara o nosso organismo para uma digestão mais fácil e, quando tomado após estas, ajuda no processo digestivo e eliminatório, facilitando a digestão de gorduras e o trânsito do bolo fecal.
As doses comumente indicadas fazem referência ao tamanho da mão de quem o toma – isso diferencia suficientemente o que cada pessoa pode tomar: um punhado (mão cheia) de folhas frescas, para cada litro de água fervente. Como se trata de uma infusão, então não ferva as folhas – deixe-as descansar na água, abafadas por 10 minutos. Não exceda as 3 xícaras de chá ao dia e busque, observando-se, a sua dose ideal.
Se for usar folhas secas (no Brasil não há outro jeito a não ser que você tenha um boldo-do-chile cultivado em sua casa), certifique-se de que são do mesmo ano (folhas secas, ou extrato, com mais de um ano não têm valor medicinal).
Contraindicações:
Em caso de cálculos renais, o chá de boldo-do-chile é contraindicado assim como na gravidez (pesquisas indicam que pode ter efeito abortivo e teratogênico), assim como, também não é aconselhado seu uso em bebês.
O uso excessivo do chá de boldo-do-chile pode causar problemas hepáticos e variações significativas na composição do sangue humano (bilirrubina) assim como, interações medicamentosas (medicamentos para depressão, para coagulação do sangue, dentre outros).